Fiel escudeiro de El Pistolero, Sérgio Paulinho prepara-se para servir Portugal num combate chamado Campeonato do Mundo. Corredor de Oeiras antecipa grande espetáculo, aponta Rui Costa à luta pela vitória, mas admite que os principais favoritos vêm da Vuelta.
Tour, Vuelta e muitos milhares de quilómetros nas pernas. A época de Sérgio Paulinho tem sido longa, mas nem por isso o corredor de Oeiras deixou de aceitar a missão de representar Portugal pela quarta vez em Campeonatos do Mundo.Peça chave no triunfo de Alberto Contador na Vuelta, Paulinho parte para Limburgo com o objetivo de “fazer o melhor possível e se isso passar por um pódio será perfeito”. Por agora ninguém se atreve a fazer prognósticos quanto ao que pode valer a seleção nacional, que este ano terá na província de Limburgo, na Holanda, aquele que é provavelmente um dos melhores grupos de talentos que jamais Portugal levou a provas internacionais.
Sete anos a correr no estrangeiro permitem a Sérgio Paulinho saber que a tarefa de dar a Portugal o primeiro título mundial não será fácil, mas está longe de ser impossível: “Teremos um percurso semelhante ao da Amstel Gold Race e para este tipo de provas o Rui Costa é um dos ciclistas a ter em conta. Ele provou recentemente nas Clássicas do Canadá que está bem fisicamente e por isso teremos uma palavra a dizer. Mas há muita gente que também terminou a Vuelta em grande forma e por isso vamos ter uma grande corrida”.
Será então o campeão um dos homens que esteve em destaque na Vuelta? Paulinho acredita que há fortes probabilidades de isso acontecer: “Coloco o Philippe Gilbert como candidato número um porque andou realmente muito bem e vem de duas vitórias impressionantes, mas o próprio Alberto Contador tem que ser tido em conta se até lá conseguir fazer uma boa recuperação, mesmo não sendo um especialista em provas de um dia. Depois temos outros homens que estiveram incríveis na Vuelta como o Joaquim Rodriguez e o Alejandro Valverde, enfim, espetáculo não vai faltar”.
CONTADOR DO OUTRO LADO DA BARRICADA
Amigos, companheiros de muitas batalhas e, agora, adversários. No pelotão dos Mundiais Sérgio Paulinho vai encontrar o homem para quem tem vindo a trabalhar nos últimos anos, com a nuance de nesta ocasião Contador ser mais um rival.
“É uma situação estranha porque estou habituado a tê-lo ao meu lado e não como rival. Normalmente trabalho para o Alberto, mas desta vez vou ter a oportunidade de trabalhar para mim”, confessa o ciclista de 32 anos.
Para obrar um pequeno milagre e bater poderosas seleções como a Espanha e a Bélgica, resta aos portugueses aparecerem em Limburgo na melhor forma possível: “No meu caso o objetivo agora é descansar até à corrida, isto porque fiz o Tour, a Vuelta e entre ambas as provas tive pouco tempo de recuperação. A prioridade é recuperar as pernas, mas a motivação está em alta porque venho de uma Vuelta que me correu particularmente bem e apesar de algum desgaste na última semana penso que terminei a corrida numa condição física aceitável”.
Da estreia em Madrid (2005) à última presença em Mundiais, que aconteceu em Mendrisio, em 2009, Sérgio Paulinho prepara-se para mais uma vez vestir a camisola de Portugal, agora com o título mundial no horizonte. Se a fórmula de trabalho tem resultado ao serviço de Alberto Contador, porque não acreditar que este pode ser o ano de Portugal nos Campeonatos do Mundo?
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